“Busca Implacável 2″ traz de volta Liam Neeson detonando a Europa

Para “Busca Implacável 2”, a regra é clara: não se mexe em time que está ganhando. Por isso, foram mantidos os elementos básicos do primeiro filme, com alguma troca de ambientação, e alcançando um resultado similar. Ao que tudo indica, nem passou pela cabeça dos realizadores tentar “levar o filme a um novo nível”, discurso comum e prepotente que envolve a maioria das continuações.

Desta vez, Bryan Mills, o ex-agente da CIA interpretado por Liam Neeson, está em Istambul, com a ex-mulher (recém-separada do segundo marido), Leonore, e a filha, Kim, em uma viagem curta, as duas, novamente vividas por Famke Janssen e Maggie Grace. Tudo iria muito bem se não aparecesse em seu caminho Murad Krasniqi, interpretado por Rade Serbedzija, pai do criminoso que havia sequestrado Kim tempos antes. E tudo o que ele quer é vingança contra Bryan e sua família.

Luc Besson, roteirista e produtor do longa, coloca seu homem de confiança, Olivier Megaton, para assumir a direção. Ele já havia entrado em outra franquia em andamento de Besson, “Carga Explosiva”, no terceiro filme, além de ter dirigido “Colombiana – Em Busca de Vingança”, também roteirizado e produzido pelo francês. Megaton já estava acostumado a pegar o bonde de Besson andando e simplesmente dar prosseguimento, o que é parte dos méritos já creditados ao longa no primeiro parágrafo.

“Busca Implacável 2”, assim como seu antecessor, vem com tudo o que um thriller de ação deve ter em um mundo pós “Trilogia Bourne”. Fotografia azulada, perseguições em ruelas europeias, tipo durão cheio de habilidades e recursos bacanas e uma causa nobre a ser defendida. Ainda assim, Bourne era um operativo solitário. Bryan, ao contrário, tem uma família. E é essa família que dá o tom do filme e apresenta novidades.

A primeira, e mais bacana, é ver Bryan ter que encarar as consequências de seus atos. Afinal, o vilão tem uma parcela de razão ao culpá-lo pela morte do filho. A ele, o vilão, não importa que o filho fosse o barão de uma rede de prostituição, nem pensar nas inúmeras famílias que haviam sido destruídas. Importa vingar a morte de seu filho. E, com um olhar de Neeson, sabemos que Bryan provavelmente faria o mesmo.

Ao mesmo tempo, acompanhamos Bryan, aos poucos, se tornando o pai de família que o trabalho na CIA jamais deixou que ele fosse. Inclusive aprendendo a aceitar que a filha é adulta e a estar perto da família em momentos de necessidade. É graças a Kim que ele consegue se salvar (mesmo a gente tendo aquela impressão de que ele poderia dar um jeito sem ela), mas, sobretudo, porque começa a enxergar na filha uma pessoa adulta e capaz de tomar conta de si mesma.

Além de tudo isso, o filme é pura diversão, com um monte cenas de ação bem filmadas, pancadaria de dar inveja ao melhor de Steven Segal, e frases de efeito bacanas que permeiam a narrativa, meio que fazendo jus aos grandes clássicos oitentistas. Tudo com a seriedade de Neeson que, não custa lembrar, é dono de um Oscar por “A Lista de Schindler”.

Publicado originalmente no Portal POP.

Sobre o autor Veja todos os posts

Luiz Gustavo Vilela

Luiz Gustavo Vilela é jornalista formado pela PUC-Minas, especialista em Comunicação e Cultura pela UTFPR, mestre e doutorando em Comunicação e Linguagens pela UTP. Entre 2011 e 2015 foi crítico de cinema no Portal POP.

1 ComentárioDeixe um comentário

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *