Arquivooutubro 2013

“O Conselheiro do Crime” soterra a trama em diálogos quase surreais

O elementos dos melhores thrillers criminais estão todos lá. Ganância, trapaças, personagens de moral dúbia, tiroteios, assassinatos elaborados, mergulho no lado sombrio, arrogância e desespero. Mas “O Conselheiro do Crime” – péssima tradução para “Counselor”, que significa, pura e simplesmente, advogado – não deixa essas coisas em primeiro plano. O que fica escancarado são diálogos que oscilam entre o existencial e o alegórico. Nunca são expositivos – ou, mesmo quando são, apenas se revelam como tal várias cenas adiante. Isso não facilita a vida de quem assiste. Leia mais

Leveza de “Meu Passado Me Condena” usa Porchat como âncora

Se formos montar uma escala para as comédias nacionais, colocando como a potencialmente pior “Vai que Dá Certo” – paródia que não agradou nem público nem crítica -, em um extremo, e, no outro, “Saneamento Básico – O Filme” – sucesso de crítica, e entre o pouco público que assistiu -, “Meu Passado Me Condena” pende mais para o segundo. O que não quer dizer que seja um grande clássico do cinema nacional, nem nada. Mas é simpático que só vendo. Leia mais

POP Entrevista Fábio Porchat e Júlia Rezende, ator e diretora de “Meu Passado Me Condena”

Fazer um filme no Brasil é coisa para doido. São toneladas de documentos enviados para as leis de incentivo, seguidas de centenas de horas gastas em reuniões com possíveis apoiadores, para, só então, as coisas mais práticas – o cinema em si – começarem acontecer. A coisa se complica quando há uma série de `marinheiros de primeira viagem` à bordo. Mais ainda quando o caso é filmar em um cruzeiro transatlântico, algo inédito no cinema nacional, com cenas no Marrocos e na Itália. Leia mais

“Serra Pelada” faz boa mistura entre drama, faroeste e filme de máfia

Heitor Dhalia passou um tempo em Hollywood e, pelo jeito, tirou mais deles, em conhecimento ao menos, do que se esperava pelo suspense “12 Horas”. “Serra Pelada” aprende a ser cinematográfico – hollywoodiano, se preferir – sem abrir mão do comentário social, tão caro ao (bom) cinema nacional. A esperteza está em usar o ambiente hostil junto do pano de fundo histórico, os últimos anos da Ditadura Militar, para fazer um filme que alterna entre o faroeste e o gângster. Leia mais

“Os Suspeitos” mostra como estamos dispostos a quebrar as regras

Em dado momento, não muito longe do começo do filme, Grace diz para Loki, o policial encarregado do caso, – papéis de Maria Bello e Jake Gyllenhaal – que sua filha está apenas escondida, como em uma brincadeira de criança que não mede as consequências de seus atos. O oficial pergunta se há algo que a leva a crer que isso seja verdade e ela responde que só pode ser isso, tem que ser isso. O que não é dito, porém, é que ela precisa se apegar a essa ideia com todas as suas forças, porque a alternativa é terrível demais. É desse tipo de subtexto, repleto de silêncios que são mais profundos que os diálogos, é de que é feito “Os Suspeitos”. Leia mais

“Kick-Ass 2″ é um drama de amadurecimento, disfarçado de filme de super-herói

Se o barato de “Kick-Ass” partiu da ideia de que um adolescente, com um bocado de tempo de sobra e inspirado por muitas histórias em quadrinhos, resolve ser um super-herói, criando uma espécie de versão pop-juvenil de “Watchmen”, sua continuação mostra o desdobramento lógico: a criação do primeiro super-vilão, bem como os primeiros super-grupos. Se isso não é dar um passo além, ao menos evita a armadilha de se repetir, mal de muitas e muitas continuações por aí. Leia mais

“Rota de Fuga” vale pelo encontro entre Stallone e Schwarzenegger

Se por um lado já se passaram mais de 20 anos desde que uma reunião entre Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger fosse realmente relevante, por outro, nos idos dos anos 80, a faixa salarial deles sempre tornou a empreitada impossível. O que não quer dizer que, mesmo agora, velhos e desesperados para disfarçar rugas e cabelos brancos, esse encontro fique menos divertido. Leia mais

“Gravidade” é mais do que mera ficção científica

Gravidade

De tempos em tempos, um filme consegue, por motivos e caminhos misteriosos, se destacar da mesmice hollywoodiana. São desses raros encontros entre uma narrativa poderosa e imagens estonteantes, combinadas com atuações convincentes, ritmo, trilha, e muitas outras questões que são ora técnicas, ora estéticas, ora tudo isso e mais. Filmes que justificam todo o aparato da sala de cinema, além da parafernália dos últimos anos: 3D, IMAX e sistema de som anabolizado.

“Gravidade” é um desses.

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“Tá Chovendo Hambúrguer 2″ não supera a graça e diversão do primeiro

O mal das continuações não-planejadas assombra “Tá Chovendo Hambúrguer 2″. O primeiro foi um sucesso, em parte, inesperado. Mas a verdade é que sempre teve tudo para dar certo: personagens carismáticos, arcos de aprendizado edificantes, aventuras e um mundo colorido e divertido. A sequência, porém, faz aquela besteira de querer ser mais do que o primeiro; subir a um novo patamar; essas coisas.

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