Arquivofevereiro 2014

Jornalismo é alvo de chacota em “Tudo Por um Furo”

Tudo por um Furo

É bem mais do que uma piada interna na redação do Portal POP escrever que Will Ferrell é o maior ator vivo. Há um bocado de verdade dura nisso. A concentração com que ele consegue sustentar personagens absolutamente idiotas, fazendo coisas completamente transloucadas, beira o sobre-humano. Em “Tudo Por um Furo”, continuação do seu clássico cult, “O Âncora”, isso é elevado a um novo patamar, com uma sucessão de piadas que mal te dá tempo de respirar. A esperteza está em usar isso para fazer uma bela crítica ao jornalismo.

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Paranoia americana dá o tom de “Sem Escalas”

Sem Escalas

Há um subgênero específico dentro do cinema de ação que se dedica a explorar desdobramentos de “Duro de Matar”, o clássico de 88. Só no ano passado, por exemplo, tivemos dois ambientados na Casa Branca – “O Ataque” e “Invasão à Casa Branca”. A mais nova incursão de Liam Neeson no cinema de ação também passa pela tentativa de resgatar o espírito das aventuras de John McClane. “Sem Escalas” é, para todos os fins, um “Duro de Matar” dentro de um avião.

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Alexandre Borges fala sobre paternidade, animações e dublagem em entrevista

Alexandre Borges

Para quem nunca tinha feito uma dublagem de animação na vida, assumir a voz do Peabody, de “As Aventuras de Peabody e Sherman” deve ter sido um belo desafio para Alexandre Borges. Isso porque o personagem não apenas usa um monte de palavras difíceis, como as fala bem rápido também. Mas vamos começar pelo começo.

“A animação conta a história do cachorro mais inteligente do mundo [Senhor Peabody], superdotado, que fala, que anda, é um cientista consagrado, pinta, é gourmet, mas chega um momento na vida dele, por conta da idade, até um pouco parecida com a minha, ele sente falta de ter uma família, e resolve adotar um menino. Aí fica aquela discussão, `como você vai adotar um menino, você é um cachorro!`,” disse o ator em entrevista por telefone para o POP.

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“As Aventuras de Peabody e Sherman” combina lições com diversão

As Aventuras de Peabody e Sherman

O Senhor Peabody é um cachorro. Uma das criaturas mais inteligentes do mundo, mas ainda um cachorro. Ele consegue adotar uma criança, Sherman – em uma sequência de trás para frente que é tão brilhante quanto apropriada (porque, como aprendemos em “Doctor Who”, a vida nem sempre passa na ordem direta para viajantes do tempo. Mas já chegamos nisso). Para reforçar a educação eles navegam através dos grandes acontecimentos da história, o que é tão instrutivo quanto perigoso, como a sequência de abertura deixa bem claro. Ainda assim, eles nunca enfrentaram nada como o primeiro dia na escola do jovem garoto.

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“RoboCop” de José Padilha aponta para outro inimigo

RoboCop

A maioria das pessoas que abre para ler um texto sobre o novo “RoboCop”, o dirigido pelo brasileiro José Padilha, está, nem que secretamente, querendo saber o seguinte: “é ou não melhor que o do Paul Verhoeven?” A resposta simples é não, não é melhor. Mas a resposta complicada é que não é melhor porque, ainda que partam de uma mesma premissa, são filmes que querem dizer coisas distintas, para audiências distintas, em tempos distintos. E saber exatamente qual é sua mensagem é a grande força dessa nova versão, já que é isso que justifica, para começo de conversa, a existência dela.

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“Clube de Compras Dallas” coloca opressor no lugar do oprimido

Clube de Compras Dallas

O que chama atenção para “Clube de Compras Dallas” é o definhamento físico de Matthew McConaughey e de Jared Leto como claro compromisso de ambos para com seus personagens e filme. Mas isso é espetáculo. A parte realmente importante da trama fala sobre preconceito. Sobre o nosso sempre irracional temor do desconhecido, do novo, do que simplesmente não faz sentido.

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“12 Anos de Escravidão” é dura metáfora para a condição do negro

12 Anos de Escravidão

Mesmo que reconte a história real de Solomon Northup, negro livre que é enganado e vendido como escravo, “12 Anos de Escravidão” é usado pelo diretor, Steve McQueen, como uma metáfora da condição dos afrodescendentes, especialmente nas Américas. O que faz deste um caso raro de filmes que, mesmo baseados na realidade, são mais importantes pelo seu valor simbólico.

A afirmação, “ainda que os negros estejam livres no papel, insistimos em mantê-los em condição subumana”, é categórica no filme. Daí a necessidade de imagens tão literais. McQueen quer deixar bem claro que a violência contra eles é, ainda, uma chaga aberta, como ficam as costas dos escravos depois de sessões de chibatadas. Mostrar isso de frente, com a luz bruxuleante dos lampiões não é sensacionalizar. É fazer um testemunho de fé.

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Apego ao livro torna “Um Conto do Destino” doce demais

Um Conto do Destino

É de se espantar que a mesma pessoa que ganhou um Oscar de Melhor Roteiro Adaptado por “Uma Mente Brilhante” cometa uma falha tão básica neste “Um Conto do Destino”. A maior parte dos problemas do filme existem pela incapacidade de Akiva Goldsman, roteirista premiado e ainda que estreante na direção de longas, perceber que alguns diálogos e situações que são perfeitamente possíveis no papel, não se traduzem bem no cinema.

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Pais e filhos buscam o entendimento em “Nebraska”

Nebraska

Alexander Payne parece ter trabalhado sua carreira para chegar em “Nebraska”. Seus filmes anteriores, “Sideways” e “Os Descendentes” sugerem isso, ao menos. O primeiro trata do momento que antecede a construção de uma família e o segundo é sobre o que é necessário para mantê-la unida. E esse último leva isso adianteo. É sobre como somos um subproduto de nossos pais e como encarar isso de frente é tão difícil quanto necessário. Mais do que uma continuidade, há um ciclo temático.

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“Philomena” coloca em choque dois universos culturais distintos

Philomena

Na superfície, “Philomena” é um drama sobre como uma mulher parte em busca de seu passado, contando com a ajuda de um jornalista para encontrar seu filho, que foi tirado de suas mãos 50 anos atrás. Mas Steve Coogan, roteirista e ator que interpreta o jornalista, junto de Stephen Frears, o diretor, arrancam bem mais dessa história real – como tantas outras que o cinema anda recebendo todas as semanas – do que essa sinopse em um frase deixa transparecer.

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