O futuro mostrado na sequência de abertura de “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” reforça a temática central da série, que é sua mensagem mais forte. A do absurdo da intolerância ao diferente. É por isso que começamos vendo uma espécie de campo de concentração para mutantes – aparentemente alijados de seus poderes – no meio de Manhattan.
Arquivomaio 2014
Depois de errar miseravelmente em 98, os americanos voltam agora a tentar uma nova versão de “Godzilla”, o lagarto-rei dos filmes de destruição em massa. E, vejam só, acertam. O que eles fazem para acertar é, basicamente, criar uma mitologia entorno do personagem e colocar os humanos em primeiro plano, não esquecendo de dar o devido peso para o drama das pessoas que vivem nas cidades arrasadas pela passagem dos monstros – questão fundamental em um mundo pós 11 de setembro e pós tsunamis na Ásia.
Carece de verificação, mas parece que há um subgênero dentro do cinema inglês que, desde “Cova Rasa”, de 94, busca retratar o Reino Unido (toda a Europa, talvez?) como um lugar que não tem pessoas muito boas. Todas habitantes de um perverso submundo de crime, drogas e violência. Ou que não tiveram acesso às ferramentas e oportunidades para serem melhores. Esse cinema ainda tenta, sem sucesso, superar seu auge, que foi “Trainspotting”, do mesmo Danny Boyle, mas segue com bons exemplos, como “Bronson”, de 2008, “Filth”, do ano passado, e este “A Recompensa”. Ainda que, sejamos justos, de todos os citados neste parágrafo, o tema desta resenha seja, justamente, o que mais tenha defeitos interentes.
Histórias de superação pessoal por conta do esporte são uma fonte inesgotável para o cinema. Especialmente as baseadas em fatos reais. Deve ter sido com isso em mente que “A Grande Vitória” foi feito. E ele até funcionaria narrativamente, não fossem uma série de detalhes. São defeitos demais acumulados para que o filme consiga decolar.
Considerando filmes como “Clube das Desquitadas”, “As Bruxas de Eastwick” e (meu favorito) “Ela é o Diabo”, já dá para dizer que `vingança feminina` é um subgênero. Ainda mais com a estreia de “Mulheres ao Ataque” que, se não consegue ser melhor do que nenhum dos citados, ainda dá um passo adiante ao resolver focar na amizade. Nem que, para isso, seja necessário sacrificar piadas potencialmente boas ou mesmo o andamento do roteiro.
Como não existe fidelidade na hora de levar um universo de um meio para outro, a saída honesta envolve identificar os elementos mais importantes dentro do original e buscar preservá-los ao máximo na hora de adaptar. Tendo um coração com diversos signos identificáveis, todo o resto pode mudar, para adequar a narrativa à nova mídia, que pouco importa. Ou irá importar apenas em bate-papo de boteco, onde tudo importa demais, na verdade.