O hiato de nove anos entre O Ultimato Bourne (The Bourne Ultimatum, 2007), derradeiro filme da trilogia original, e este Jason Bourne (2016) foi preenchido por mudanças estruturais na organização geopolítica. Se Jason Bourne (Matt Damon) era o espião possível do pós 11/09 agora ele procura encontrar um lugar em um mundo pós Snowden e WikiLeaks. Vigilância e proteção de informações, subtemas caros ao cinema de espionagem, ganham novas dimensões. Não é mais a falta de memória e a busca pela própria identidade que movem o personagem. É a busca pela verdade em sua história pessoal, que se traduz como metáfora nas mentiras que movem o mundo. Leia mais
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Logo na primeira sequência de “O Agente da U.N.C.L.E.”, fica claro que estamos diante de um filme que está interessado em ser cinema. Napoleon Solo (Henry Cavill) precisa passar pelo Checkpoint Charlie, do lado ocidental para o oriental de Berlim. Com alguns closes e cortes rápidos, ficamos sabendo que ele está atento a tudo o que está a sua volta. Quer dizer que os enquadramentos e movimentos de câmera são tão importantes para contar a história e apronfundar as características e relações entre os personagens quanto os diálogos ou as tramas em si. Esta talvez seja a primeira vez, depois de 20 anos de carreira como diretor, que os maneirismos de Guy Ritchie, herdados do auge da era do videoclipe, tenham sido usados em favor da narrativa e do estabelecimento de um clima dramático sólido. Leia mais
Enquanto estava fazendo a pesquisa para preparar sua adaptação de “Anna Karenina”, o grande clássico de Leon Tolstói, o diretor Joe Wright leu, em uma obra de Orlando Figges, que a aristocracia russa do século 19 eram “pessoas vivendo em cima de um palco, onde tudo era encenado”. Daí que – em parte também pelo orçamento limitado – veio a ideia de situar a maior parte do filme em um teatro. E isso fez toda a diferença no modo como somos reapresentados a esse clássico da literatura russa. Leia mais