Há muito de reflexão cinematográfica no trabalho dos irmãos Coen. Não apenas nas farsas mais óbvias, como Barton Fink – Delírios de Hollywood (Barton Fink, 1991), sobre um roteirista de sucesso na Broadway que sofre para escrever cinema, ou E Aí, Meu Irmão, Cadê Você? (O Brother, Where Art Thou?, 2000), uma versão cômica e atualizada da Odisseia de Homero e portanto uma paródia de toda narrativa ocidental. Mas principalmente em filmes como Fargo (1996), um anti-noir, e Inside Llewyn Davis: Balada de um Homem Comum (Inside Llewyn Davis, 2013), uma desconstrução de normas de roteiro. Ave, César! (Hail, Caesar! 2016), pois, segue esta mesma linha: é tanto carta de amor quanto revisão crítica do cinema clássico e da grande Era dos Estúdios em um só tempo. Leia mais
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A primeira coisa que vemos em Kumiko, a Caçadora de Tesouros (Kumiko, the Treasure Hunter, 2014) é uma imagem da abertura de Fargo (1996). As palavras do letreiro — brancas no fundo preto, distorcidas e fantasmagóricas pelo VHS — dizem que o filme é baseado em fatos reais. Informação suficiente para que Kumiko (Rinko Kikuchi) se convença de que em algum lugar próximo a Fargo, a cidade de Minnesota onde a trama do clássico dos irmãos Coen se passa, está a maleta de dinheiro enterrada na neve por Carl Showalter, o personagem de Steve Buscemi no fim da história. Leia mais