Ao longo da última década a Marvel abusou do modelo de usar o cinema de gênero como base para suas produções – Homem-Formiga (Ant-Man, 2015) usa as bases do thriller de assalto, Os Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy, 2014) é uma ópera espacial. Se este processo criou um gênero independente, Doutor Estranho (Doctor Strange, 2016) é um mergulho dentro da própria Marvel, partindo da “história de origem” do primeiro Homem de Ferro (Iron Man, 2008) para ir além. O resultado é talvez o mais humano dos filmes lançados pelo estúdio. Leia mais
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A construção narrativa é o maior ponto de contato entre o jornalismo e o cinema. Por isso Spotlight – Segredos Revelados (Spotlight, 2015) é um filme metalinguístico em sua essência. Ao acompanhar uma equipe especializada em jornalismo investigativo do Boston Globe mergulhando fundo em casos de pedofilia acobertados pela Igreja Católica o diretor Tom McCarthy trata do poder que há em uma história. Mas ela precisa ser contada do jeito certo. Leia mais
O interesse cinematográfico no boxe é meio óbvio. Os filmes terminam com uma grande luta, que é a materialização dos confrontos internos do personagem. Todos os seus conflitos se tornam feridas ensanguentadas, socos que explodem em suor e que exigem toda força do protagonista, que mal consegue ficar de pé. Uma luta de boxe no clímax ajuda, e muito, na hora de nos colocar na ponta da cadeira, segurando a respiração, esperando que, a cada soco, um dos dois lutadores caia, finalmente, em câmera lenta, rumo à lona. Isso explica a quantidade de (grandes) longas que colocam boxeadores no centro de suas tramas, movimento que desemboca neste “Nocaute”. Leia mais
Allison Ng, a oficial do exército americano vivida por Emma Stone em “Sob o Mesmo Céu”, é a chave para que possamos compreender o quão estranho é este mais novo trabalho de Cameron Crowe. Em sua primeira aparição, ela é claramente um estereótipo. Super empolgada, fala com firmeza o quanto está contente em poder trabalhar com Brian Gilcrest, o personagem de Bradley Cooper, para o horror dele. Leia mais
Tome como base as últimas adaptações de livros de John le Carré: Em 2001 foi O Alfaiate do Panamá, de John Boorman; em 2005, O Jardineiro Fiel, de Fernando Meirelles; e em 2011, O Espião Que Sabia Demais, de Tomas Alfredson. Por isso o anúncio de O Homem Mais Procurado gerou bastante expectativa, ainda que – veja bem – boa parte do exercício de crítica envolva suprimir a expectativa e a ansiedade antes de um filme. Adianto agora que esta nova versão para os cinemas está, pelo menos, na média de seus antecessores. O que, convenhamos, é mais do que muitos filmes conseguem chegar.
No que deve ser a cena mais emblemática de “Questão de Tempo” Tim, personagem de Domhnall Gleeson – aqui como uma espécie de versão britânica e ruiva de Jay Baruchel -, tem a chance de `cometer um erro`. Mas veja, pela história do filme (já explico melhor), esse erro poderia ser cometido sem maiores consequências, de forma que apenas ele saberia. Ninguém mais. Mas ele opta por não cometer o erro porque fazer essa escolha apenas uma vez seria suficiente para que ele não conseguisse mais viver consigo mesmo. Leia mais
Uma das grandes vantagens de “Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras” é que já devem ter acabado, a essa altura, as reclamações questionando a fidelidade ou não em relação à obra original de sir Arthur Connan Doyle. Teoricamente, isso ficou no passado, preso aos textos e conversas de boteco cometidos na época do primeiro filme. Dessa forma, os roteiristas tiveram mais liberdade para, a partir do gancho deixado, soltar a mão, mas não sem fazer várias referências e homenagens ao personagem, facilmente reconhecíveis para os leitores dos contos e romances originais. Leia mais