Game of Thrones – The Broken Man

Game of Thrones - The Broken ManGame of Thrones - The Broken Man

Texto recheado de spoilers. Estejam avisados.

O que em Blood of My Blood era uma suave quebra de ritmo, com a narrativa sobre um dos personagens sendo retomada mais adiante no episódio pela primeira vez em muito tempo, em The Broken Man se tornou a tônica. Parte da nova dinâmica se dá logo de cara, com uma cena antes da sequência de abertura. Algo raro, ainda que não inédito em Game of Thrones. O artifício é pela óbvia necessidade de acelerar o andamento das cenas, que deverá culminar em uma grande batalha em algum ponto dos próximos capítulos.

A aceleração não é apenas uma questão de ritmo, porém. Os saltos temporais ficam mais e mais evidentes. Notem como Jon Snow (Kit Harrington) e seu secto pulam rapidamente de castelo em castelo, convocando os lordes do Norte para levantarem armas contra os Bolton que tomaram Winterfell. Ao final do capítulo suas tropas já estão acampadas e relativamente organizadas no mesmo lugar em que Stannis Baratheon (Stephen Dillane) esteve ao final da última temporada. Dali para a guerra.

Fica claro, também, que as tramas começam a convergir em direção a Westeros. Os irmãos Yara e Theon Greyjoy (Gemma Whelan e Alfie Allen), bem como seu tio e rival, estão doidos para fornecer os navios que Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) precisa para transportar seu enorme exército. E mesmo Arya Stark (Maesie Williams) começa a fazer arranjos para voltar a sua terra natal, depois de resolver o pequeno detalhe de estar na mira da maior e mais eficiente confraria de assassinos dos Sete Reinos – algo na forma como o capítulo termina, porém, dá a impressão de que ela está escondendo alguma coisa; o ataque foi fácil demais.

Ainda que estas sejam grandes movimentações, The Broken Man é um dos mais pessoais episódios desta sexta temporada. Como é comum, boa parte das sequências é regida pelo título. Neste caso são muitos os homens quebrados espalhados por Westeros. Desde Jon Snow, os Selvagens e os já citados lordes do Norte até o próprio High Sparrow (Jonathan Pryce), passando por Jamie Lannister (Nikolaj Coster-Waldau) e Brynden Tully (Clive Russell), o Blackfish, que se enfrentam pelo controle de Riverrun. São todos marcados pelas batalhas que já enfrentaram e que ainda precisam reunir as últimas forças para as que ainda virão, sabendo que serão mais e mais sangrentas.

Mas nenhum deles está tão quebrado quanto Sandor Clegane (Rory McCann), o Cão, o protagonista da cena que abre o episódio. Parte de seu rosto foi deformada pelo irmão, a Montanha (Hafþór Júlíus Björnsson); ele foi derrotado por Brienne de Tarth (Gwendoline Christie) e deixado para morrer por Arya até ser encontrado, apodrecendo, pelo Irmão Ray (Ian McShane). Seu processo de cicatrização, tanto físico quanto mental, estava ainda nos estágios iniciais até que o horror e a barbárie que foram sua vida lhe alcançaram novamente. Em breve saberemos qual será seu papel nas guerras que estão por vir.

O grosso do episódio, porém, se passa em King’s Landing, o que nos brinda com duas grandes cenas envolvendo a sempre incrível Lady Olenna Tyrell (Diana Rigg). Na primeira sua neta, a Rainha Margeary (Natalie Dormer), deixa claro que está jogando um perigoso jogo duplo, enganando o High Sparrow e dissimulando suas reais intenções. É bem possível que seu protagonismo aumente de agora em diante. Na segunda a veterana diz para Cersei Lannister (Lena Headey) o óbvio: sua burrice e arrogância deram poder para a Fé Militante, o que se revelou um problema sério. Não fosse por isso o trono estaria melhor preparado para enfrentar as batalhas que virão.

No geral este foi um episódio criado para gerar antecipação, sem grandes revelações ou surpresas. Em breve, porém, teremos a aguardada batalha pela retomada de Winterfell, que promete ser o grande evento desta temporada e o início da campanha de Jon Snow. Os próximos três domingos deverão ser atribulados.

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Luiz Gustavo Vilela

Luiz Gustavo Vilela é jornalista formado pela PUC-Minas, especialista em Comunicação e Cultura pela UTFPR, mestre e doutorando em Comunicação e Linguagens pela UTP. Entre 2011 e 2015 foi crítico de cinema no Portal POP.

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