Arquivomarço 2013

A volta dos G.I. Joes empolga em grandes cenas e ação

A sequência de abertura de “G.I. Joe: Retaliação” já funciona como uma espécie de carta de intenções, especialmente porque, narrativamente, ela não tem função alguma no filme. A cena envolve uma extração, uma retirada de um dissidente da Coreia do Norte. Para isso é necessário uma intervanção dos Joes. Roadblock, o segundo em comando interpretado por Dwayne Johnson, faz um buraco na cerca com uma luva que derrete o arame. O atirador posicionado cria uma distração ao acertar uma xícara nas mãos de um soldado coreano. Antes da missão terminar, Flint – papel de D.J. Corona – troca a bandeira coreana por uma dos Joes, para marcar território. Quando Roadblock vê isso ele diz “filho da…” e corta rapidamente para o título do filme antes que ele tenha a chance de emitir um palavrão. Leia mais

Pouca inventividade compromete atualização da fábula João e o Gigante

É aquela coisa da trajetória do herói, que funciona em maior ou menor escala, desde “A Odisseia” até “Oz: Mágico e Poderoso”, passando por “Star Wars”. O difícil é tentar entender por que em um filme como “Alice no País das Maravilhas” a artimanha funciona perfeitamente – ao menos nas bilheterias – mas não neste nosso “Jack – O Matador de Gigantes” (que não foi bem lá fora e, ao menos aqui no Brasil, deve ser eclipsado por “A Hospedeira” e “G.I. Joe: Retaliação”). Leia mais

Estreando em longas, Kleber Mendonça faz retrato das relações sociais no Brasil

Abrindo o jogo: tive a oportunidade de participar de uma oficina com Kleber Mendonça Filho, diretor e roteirista de “O Som ao Redor”. O filme foi exibido duas vezes. Na segunda acompanhamos Mendonça explicar, cena a cena, quase frame a frame, tudo o que estávamos vendo. Desde sua relação pessoal com as imagens, até as escolhas feitas em relação a locações, enquadramentos, edição de som, enfim, o lado mais técnico da coisa. Isso tudo para dizer que meu olhar sobre o filme acabou ficando bastante contaminado pelo olhar do próprio diretor. Leia mais

Família pré-histórica é aposta da DreamWorks na animação

É possível que a era mais criativa das animações esteja ficando para trás. E o marco, talvez, seja “Wall-e”, ou “Up – Altas Aventuras”, ambos da Pixar. Se esta hipótese estiver confirmada, talvez estejamos vivendo uma época de aperfeiçoamento de fórmulas já testadas e aprovadas. De um lado, teríamos uma quantidade maior de continuações e derivados do que nos anos 90, mais frutíferos. De outro, novas tramas baseadas nas mesmas histórias e novos personagens que já estão se tornando arquetípicos. Leia mais

Conversamos com o diretor e roteirista Kleber Mendonça Filho

“O Som ao Redor” ultrapassou 100 mil espectadores em salas de cinema. Na semana passada o longa estreou no iTunes, podendo ser visto por praticamente qualquer pessoa que tenha acesso à internet (e um cartão de crédito). Com isso, chegou ao quinto lugar, entre os filmes mais vistos, disputando com “007 – Operação Skyfall”, “As Aventuras de Pi”, “Amanhecer – Parte 2″ e “Argo”. Tudo bem impressionante se você considerar o tom intimista do trabalho. Leia mais

Joe Wright transforma clássico russo em grande filme

Enquanto estava fazendo a pesquisa para preparar sua adaptação de “Anna Karenina”, o grande clássico de Leon Tolstói, o diretor Joe Wright leu, em uma obra de Orlando Figges, que a aristocracia russa do século 19 eram “pessoas vivendo em cima de um palco, onde tudo era encenado”. Daí que – em parte também pelo orçamento limitado – veio a ideia de situar a maior parte do filme em um teatro. E isso fez toda a diferença no modo como somos reapresentados a esse clássico da literatura russa. Leia mais

A terra de Oz está de volta com um visual incrível

Você já viu “Oz: Mágico e Poderoso”. Não no sentido de ser uma refilmagem de “O Mágico de Oz” – não é. Mas no sentido de que a trama que fundamenta o filme já foi usada várias vezes (e talvez a melhor ainda seja a peça “O Berço do Herói”, do brasileiro Dias Gomes). Um homem chega em um lugar e é confundido com um aguardado/profetizado herói. Ele se aproveita da situação até o ponto em que sua mentira fica pesada demais, que é quando as coisas ficam sérias. É aí que ele precisa descobrir em si mesmo o que tem de melhor para enfrentar esse perigo. Pelo bem de outros. Leia mais

Porque qualquer reunião entre Pacino, Walken e Arkin vale a pena

Em um momento de “Amigos Inseparáveis”, Valentine, Val para os íntimos, resolve que precisa se confessar. Ele diz (cito de memória): “não vou falar sobre tudo o que eu já fiz. Vou falar sobre hoje a noite. Hoje eu transei com uma prostituta, usei drogas, me embebedei, fugi da polícia, enterrei um amigo e atirei em duas pessoas.” O humor negro dá o tom, que é sublinhado pelas atuações. Leia mais

Filme sobre Hitchcock consegue humanizar o diretor, não o homem

Poucos diretores do cinema hollywoodiano tiveram vidas interessantes o suficiente para merecerem um filme. Desses, a de Alfred Hitchcock fica apenas um pouco atrás da de Ed Wood, já retratada no filme que leva seu nome, dirigido por Tim Burton. Sua fala pausada, comentários ácidos, senso de humor para lá de deturpado, fixação com suas loiras e predileção por temas macabros para seus filmes fazem dele uma grande caricatura de si mesmo e símbolo do cinema.

Leia mais