É Ricardo Darín a força que move Sétimo, longa comandado por Patxi Amezcua, no roteiro e na direção. Não é por acaso que a maioria das cenas terá seu personagem, o advogado Sebastián, no centro. Mais até: é justamente quando a narrativa se afasta do ator que o filme perde ritmo. O que não chega a comprometer muito, já que isso só acontece bem no final. Leia mais
Matt Berninger achou que era uma boa ideia chamar seu irmão, Tom, para ajudar na turnê de sua banda, o The National. Como os outros músicos também são irmãos, há coerência. Como Tom tem algumas aspirações artísticas, ainda que voltadas para a produção audiovisual, ele inclui em sua bagagem uma câmera, com a ideia de documentar os bastidores dos shows. Mas o que começa como o mote de um típico documentário rock se transforma em outra coisa.
Em certo sentido é como se o diretor Christopher Nolan encerrasse uma trilogia com Interestelar. Um projeto que começou em O Grande Truque (ainda seu melhor trabalho) e foi levado adiante em A Origem. O tema que os três filmes encerram, mesmo sendo tão diferentes entre si, é o próprio cinema. Ou, de forma mais ampla, a importância da arte para que a civilização siga adiante.
Em certo sentido Tim Maia reflete bem o espírito do biografado. Quando vai bem é incrível – podemos sentir o ímpeto criativo e o gingado do cantor, participamos das festas que não acabam e nos divertimos como nunca junto daquele gordo negão cheio de suingue que tem uma resposta pronta para tudo – mas quando afunda é um desespero. Um vale de lágrimas tão cruel com ele quanto com quem assiste. O resultado é tão errático e inconstante quanto o próprio Sebastião Maia. Se não faz jus ao seu gênio, pelo menos nos brinda com alguns belos momentos. Leia mais
O desafio de Richard Linklater, diretor e roteirista de Boyhood: Da Infância à Juventude, não foi nada menos do que hercúleo. Por mais de uma década ele separou algumas semanas para, uma vez por ano, filmar uma parte da história de Mason (Ellar Coltrane), sua família e amigos. O resultado é uma espécie de épico doméstico americano, com foco nessas pessoas do Texas, que se desdobra sobre si mesma ao longo de 12 anos. Leia mais
A premissa de Locke, um homem que fica fechado dentro de um carro enquanto sua vida desmorona, parece indicar um filme existencialista, recheado de reflexões, ou um suspense, com a vida de um familiar em jogo ao mesmo tempo em que o protagonista está preso no trânsito. Ledo engano. O trabalho pode ser entendido como ambas as coisas ou nenhuma delas. O resultado é, sem dúvidas, um exercício de cinema como pouco se vê. Leia mais
A violência é tema recorrente do cinema por ser parte fundamental daquilo que nos torna humanos. Qualquer passada de olho em jornais ou redes sociais comprova isso. O argentino Relatos Selvagens, dirigido por Damián Szifrón, é mais um dos que partem dessa temática para construir sua trama. E se destaca por conseguir entender que a violência se manifesta de formas mais amplas e profundas do que um clássico soco na cara. Ainda que a vingança seja sua manifestação mais recorrente e por isso mais explorada no filme.
De tempos em tempos alguém acha que explicar um personagem profundo é uma boa ideia. Fizeram com Darth Vader e com Hanibal Lecter, para destacar dois grandes vilões do cinema (só deixam o Coringa em paz por um milagre). O malvado da vez é o Conde Drácula, o famigerado Vlad, o empalador, o que faz com que os problemas de Drácula: A História Nunca Contada comecem já na carta de intenções. Leia mais
Já na saída da exibição para a imprensa de O Juiz um colega comentava sobre o quão repetitivas eram essas tramas de volta às raízes de que o filme se alimenta. Há um bocado de razão nisso. A sorte é que, primeiro, essa é uma estrutura formal de roteiro que rende sempre boas histórias humanas e, segundo, neste trabalho em específico, responde apenas pela superficialidade imediata da trama.
Os primeiros cinco minutos de Festa no Céu enganam. Os personagens são caricatos e irritantes e as situações são tão previsíveis que a vontade é se levantar ou dormir. É preciso resistir. O filme só começa depois desse preâmbulo que só parece existir para justificar as escolhas estéticas e ganhar alguns minutinhos de tela. O que vem depois é tão bonito que você fica se perguntando se não tinha outra solução para a abertura.