Ao longo da última década a Marvel abusou do modelo de usar o cinema de gênero como base para suas produções – Homem-Formiga (Ant-Man, 2015) usa as bases do thriller de assalto, Os Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy, 2014) é uma ópera espacial. Se este processo criou um gênero independente, Doutor Estranho (Doctor Strange, 2016) é um mergulho dentro da própria Marvel, partindo da “história de origem” do primeiro Homem de Ferro (Iron Man, 2008) para ir além. O resultado é talvez o mais humano dos filmes lançados pelo estúdio. Leia mais
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Acabou. Finalmente. A primeira história que J.R.R. Tolkien escreveu ambientada na Terra Média foi enrolada e esticada ao cúmulo, mas chegou ao seu fim com O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos. O resultado é um filme curioso. Climático demais, ante a necessidade de fechar todas as narrativas dos outros dois (Uma Jornada Inesperada e A Desolação de Smaug), este terceiro O Hobbit, ao mesmo tempo em que é o mais recheado de cenas de ação, também consegue ser o mais melodramático (no mau sentido) e o mais curto, o que é ótimo. Leia mais
Mesmo que reconte a história real de Solomon Northup, negro livre que é enganado e vendido como escravo, “12 Anos de Escravidão” é usado pelo diretor, Steve McQueen, como uma metáfora da condição dos afrodescendentes, especialmente nas Américas. O que faz deste um caso raro de filmes que, mesmo baseados na realidade, são mais importantes pelo seu valor simbólico.
A afirmação, “ainda que os negros estejam livres no papel, insistimos em mantê-los em condição subumana”, é categórica no filme. Daí a necessidade de imagens tão literais. McQueen quer deixar bem claro que a violência contra eles é, ainda, uma chaga aberta, como ficam as costas dos escravos depois de sessões de chibatadas. Mostrar isso de frente, com a luz bruxuleante dos lampiões não é sensacionalizar. É fazer um testemunho de fé.
Se “O Hobbit – Uma Jornada Inesperada” é um grande preâmbulo, com todo o tempo do mundo para apresentar os personagens e estabelecer a trama, “A Desolação de Smaug” é um caminho direto e vertiginoso para o clímax – e isso também quer dizer que o filme vai acabar no momento exato em que esse clímax estiver para começar. É aqui, também, que as ligações com “O Senhor dos Anéis” vão se aprofundando mais, tanto na temática mais sombria, quanto nas liberdades que Peter Jackson toma para ligar as duas histórias, transformando “O Hobbit” em uma trama sensivelmente mais soturna do que J.R.R. Tolkien havia previsto originalmente. Leia mais
O perfeito balanço entre diversão e emoção, entre cenas de ação, humor e drama, temperado com um comentário político – que só aparece se você estiver um pouco disposto a entender dessa forma – é o santo graal dos filmes hollywoodianos. Coisa para poucos, como Steven Spielberg, nos anos 80, ou Peter Jackson, mais recentemente. Mas, e digo sem medo, ao menos com seu “Além da Escuridão – Star Trek”, podemos facilmente incluir J.J. Abrams nesse panteão.