Há um momento em que os grandes estúdios chegam a um ponto de saturação em relação a um gênero, permitindo que cineastas autorais tomem as rédeas e o pervertam. Aconteceu com o cinema de vampiro, que alcançou esse ponto em “Crepúsculo”, sendo retrabalhado depois com Jim Jarmush e seu belo e poético “Amantes Eternos”. Com os épicos de fantasia que dominaram os cinemas nos últimos anos aconteceu o mesmo. Depois de vários títulos, como “Branca de Neve e o Caçador”, “Alice no País das Maravilhas” ou mesmo “A Garota da Capa Vermelha”, pensava-se que o ponto de virada viria com este “Peter Pan”, dirigido por Joe Wright. Mas ainda não foi desta vez. Leia mais
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O futuro mostrado na sequência de abertura de “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” reforça a temática central da série, que é sua mensagem mais forte. A do absurdo da intolerância ao diferente. É por isso que começamos vendo uma espécie de campo de concentração para mutantes – aparentemente alijados de seus poderes – no meio de Manhattan.
Em dado momento, não muito longe do começo do filme, Grace diz para Loki, o policial encarregado do caso, – papéis de Maria Bello e Jake Gyllenhaal – que sua filha está apenas escondida, como em uma brincadeira de criança que não mede as consequências de seus atos. O oficial pergunta se há algo que a leva a crer que isso seja verdade e ela responde que só pode ser isso, tem que ser isso. O que não é dito, porém, é que ela precisa se apegar a essa ideia com todas as suas forças, porque a alternativa é terrível demais. É desse tipo de subtexto, repleto de silêncios que são mais profundos que os diálogos, é de que é feito “Os Suspeitos”. Leia mais
Parte da esperteza de “Wolverine – Imortal” envolve algo DC/Warner já vem fazendo com seus (bons) filmes de super-heróis: basear a trama em alguma história do personagem que se consagrou ao longo do tempo entre os leitores dos quadrinhos. Aqui o ponto de partida é “Eu, Wolverine”, de Chris Claremont e Frank Miller, que leva Logan para o Japão, ainda hoje uma das mais importantes fases do mutante canadense. Leia mais
Antes da metade da exibição, “Os Miseráveis” encontra o seu ápice. É no corajoso take sem cortes, com a câmera fechada em seu rosto, que Anne Hathaway, encarnando a prostituta Fantine, canta a icônica “I Dreamed a Dream”. É a cena-resumo do filme, do ponto de vista estilístico, além de ser a melhor de todo o longa. Mas se o que vem antes e depois desta cena não consegue ser melhor do que isso, não quer dizer que esse todo seja ruim. Leia mais