Atômica (Atomic Blonde, 2017) não é o filme que pensa que é. Tampouco é o filme que quer ser. O patamar que estabeleceu para si próprio é alto demais para ser bem sucedido. A seriedade com que encara o tema remete a O Espião que Sabia de Mais (Tinker, Tailor, Soldier, Spy, 2011), de Tomas Alfredson, o melhor filme de espionagem recente; sua estética, um pop-neon oitentista, deve tudo a Driver (2012), de Nicolas Winding Refn; e, se isso já não for o bastante, chega a citar nominalmente Stalker (1979), de Andrei Tarkovski, com uma sequência de luta iluminada pela tela de cinema que exibe a obra do mestre soviético. Não ser tão bom quanto estes outros trabalhos, porém, não torna Atômica descartável. Leia mais
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O fracasso de Cleópatra (1963) colocou em cheque a grande era dos estúdios de Hollywood. Os épicos e musicais, caros e trabalhosos, já não se conectavam com o público da mesma forma. Curiosamente, X-Men: Apocalipse (X-Men: Apocalypse, 2016), mega produção baseada em quadrinhos – sub-gênero herdeiro direto dos épicos e musicais – começa no mesmo Egito Antigo do clássico estrelado por Elizabeth Taylor. Não estou aqui defendendo que a nova aventura dos mutantes será o fracasso de bilheteria que porá fim aos filmes de herói de orçamento inchado – talvez seja Batman vs Superman: A Origem da Justiça (Batman v Superman: Dawn of Justice, 2016), mas a opulência da produção e a escala das imagens sugerem algumas semelhanças. Leia mais
O futuro mostrado na sequência de abertura de “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” reforça a temática central da série, que é sua mensagem mais forte. A do absurdo da intolerância ao diferente. É por isso que começamos vendo uma espécie de campo de concentração para mutantes – aparentemente alijados de seus poderes – no meio de Manhattan.