Ferguson, Missouri, 2014. Michael Brown, um jovem negro de 18 anos, desarmado e sem nenhum antecedente criminal, é assassinado por um policial. Oakland, Califórnia, 2009. Oscar Grant, um jovem negro, é algemado com o rosto no chão e, ainda assim, é baleado por um policial. Mesmo 50 anos depois do movimento pelos direitos civis, que buscavam igualdade jurídica para negros nos Estados Unidos, as questões raciais seguem no centro do debate social e político norte-americano (e brasileiro, em diversos sentidos, convenhamos). “Straight Outta Compton: A História do N.W.A.” é sobre um dos pontos focais dessa história: o surgimento do N.W.A., grupo de hip-hop que levou a realidade das ruas para suas músicas, atraindo ódio e simpatia do resto do mundo em igual medida. Leia mais
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Como não existe fidelidade na hora de levar um universo de um meio para outro, a saída honesta envolve identificar os elementos mais importantes dentro do original e buscar preservá-los ao máximo na hora de adaptar. Tendo um coração com diversos signos identificáveis, todo o resto pode mudar, para adequar a narrativa à nova mídia, que pouco importa. Ou irá importar apenas em bate-papo de boteco, onde tudo importa demais, na verdade.
Mesmo que reconte a história real de Solomon Northup, negro livre que é enganado e vendido como escravo, “12 Anos de Escravidão” é usado pelo diretor, Steve McQueen, como uma metáfora da condição dos afrodescendentes, especialmente nas Américas. O que faz deste um caso raro de filmes que, mesmo baseados na realidade, são mais importantes pelo seu valor simbólico.
A afirmação, “ainda que os negros estejam livres no papel, insistimos em mantê-los em condição subumana”, é categórica no filme. Daí a necessidade de imagens tão literais. McQueen quer deixar bem claro que a violência contra eles é, ainda, uma chaga aberta, como ficam as costas dos escravos depois de sessões de chibatadas. Mostrar isso de frente, com a luz bruxuleante dos lampiões não é sensacionalizar. É fazer um testemunho de fé.
As eleições americanas começam bem antes do voto final. O primeiro passo, por lá, é a eleição dos candidatos de cada partido, Democratas e Republicanos, no caso. A campanha é a mesma da final. Debates, comícios, apertos de mão, propaganda, jantares e fotos com bebês. Tudo para garantir o direito de representar seu partido nas urnas e, assim, ser obrigado a passar por tudo novamente. Leia mais