O fracasso de Cleópatra (1963) colocou em cheque a grande era dos estúdios de Hollywood. Os épicos e musicais, caros e trabalhosos, já não se conectavam com o público da mesma forma. Curiosamente, X-Men: Apocalipse (X-Men: Apocalypse, 2016), mega produção baseada em quadrinhos – sub-gênero herdeiro direto dos épicos e musicais – começa no mesmo Egito Antigo do clássico estrelado por Elizabeth Taylor. Não estou aqui defendendo que a nova aventura dos mutantes será o fracasso de bilheteria que porá fim aos filmes de herói de orçamento inchado – talvez seja Batman vs Superman: A Origem da Justiça (Batman v Superman: Dawn of Justice, 2016), mas a opulência da produção e a escala das imagens sugerem algumas semelhanças. Leia mais
AutorLuiz Gustavo Vilela
Texto cheio de spoilers.
“Sangue do Meu Sangue”, tradução do título original do episódio, o sexto da sexta temporada, mais do que dar um norte para os diferentes seguimentos, é um tema comum para toda a saga de Game of Thrones. As questões familiares, de sangue, portanto, são causa ou consequência da maior parte dos conflitos Westeros afora. Mas, talvez pela evocação do título, são justamente as relações de sangue que ficam no centro de cada uma das passagens. Leia mais
Texto com spoilers. Leia por conta e risco.
Chegamos na metade desta sexta temporada. A tensão construída ao longo dos últimos capítulos começa a entrar em ebulição. Ao mesmo tempo fé e política começam a se misturar de forma perigosa, criando uma dinâmica própria cujas reais implicações só deverão ficar claras mais adiante. The Door nos dá um primeiro vislumbre do abismo para onde se dirigem os personagens de Game of Thrones. Guerra e obscurantismo estão no horizonte na forma de governos e religiões, um casamento que se manifesta em diferentes estágios de aproximação por toda Westeros. Leia mais
O texto é longo e cheio de spoilers.
Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) ressurge mais poderosa do que nunca neste quarto episódio da sexta temporada de Game of Thrones. Não apenas pela sua vitória triunfal diante do obscurantismo e tradições Dothraki, mas pela habilidade com que seu mais novo aliado, Tyrion Lannister (Peter Dinklage), lidou com a crise dos escravos em Meereen durante sua ausência. A Mãe dos Dragões reafirmou seu dom como conquistadora – em um paralelo diretamente ligado ao final da primeira temporada – ao mesmo tempo em que, através do conselheiro, ganhou o que lhe faltava: articulação política. Leia mais
O texto é longo e cheio de spoilers.
Eis mais um episódio em que o título norteia boa parte das sequências. Não há nenhuma revelação chocante, como no final dos dois últimos capítulos, mas alguns bons diálogos e a consonância temática em relação à ideia de “quebra de juramento” garantiram a qualidade geral. É esta preocupação que ajuda a manter a coerência em uma série que está tão fragmentada em linhas narrativas que não se cruzarão até pelo menos a metade desta temporada. Leia mais
É bem possível que do ponto de vista narrativo Capitão América: Guerra Civil (Captain America: Civil War, 2016) só faça sentido dentro do contexto do Universo Cinematográfico Marvel. Ou seja, o arco de desenvolvimento de personagens não se resolve dentro do intervalo das duas horas e meia de projeção, mas sim em perspectiva em relação aos demais filmes. Por um lado isso é desimportante, já que as bilheterias dos últimos 12 filmes implica que bem poucas pessoas estarão perdidas na trama; por outro talvez seja o que torne a nova aventura dos heróis da Marvel algo mais. Podemos até mesmo arriscar a palavra transcendental. Leia mais
Texto com spoilers. Leia por conta e risco.
A diferença entre o primeiro episódio e este segundo é radical. No que aquele era recaptulatório, este avança a trama. Aquele foi panorâmico, este profundo. O primeiro buscava apenas nos situar diante das várias linhas narrativas; este, até quando faz o mesmo, apresenta uma nova dimensão da história ou dos personagens. Por mais importante que The Red Woman tenha sindo, Home é o capítulo que queríamos ver, afinal, desde o ano passado. Leia mais
Há muito de reflexão cinematográfica no trabalho dos irmãos Coen. Não apenas nas farsas mais óbvias, como Barton Fink – Delírios de Hollywood (Barton Fink, 1991), sobre um roteirista de sucesso na Broadway que sofre para escrever cinema, ou E Aí, Meu Irmão, Cadê Você? (O Brother, Where Art Thou?, 2000), uma versão cômica e atualizada da Odisseia de Homero e portanto uma paródia de toda narrativa ocidental. Mas principalmente em filmes como Fargo (1996), um anti-noir, e Inside Llewyn Davis: Balada de um Homem Comum (Inside Llewyn Davis, 2013), uma desconstrução de normas de roteiro. Ave, César! (Hail, Caesar! 2016), pois, segue esta mesma linha: é tanto carta de amor quanto revisão crítica do cinema clássico e da grande Era dos Estúdios em um só tempo. Leia mais
Texto com spoilers. Leia por conta e risco.
O chocante final da quinta temporada encontra ecos Westeros afora. Pessoas próximas ao poder não concordam com as atitudes dos líderes e operam um sangrento golpe. Exatamente o que aconteceu em Meeren com os Filhos da Harpia atacando Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) e na Muralha com Jon Snow (Kit Harrington), também acontece em Dorne e acontecerá também, pelo que tudo indica, em King’s Landing. Em todos estes casos a diplomacia política dá lugar ao preconceito, aversão à mudanças e sede de vingança, o que é uma das temáticas centrais de toda série. Leia mais
É fácil pensar que Rua Cloverfield, 10 (10 Cloverfield Lane, 2016) faz uma defesa da paranoia como forma de sobrevivência. O bunker montado por Howard (John Goodman) para se proteger em caso de uma eventual guerra nuclear, invasão marciana ou qualquer outra de suas obsessões conspiratórias salva não apenas sua própria vida, como também a dos jovens Michelle e Emmett (Mary Elizabeth Winstead e John Gallagher Jr.). Mas logo fica claro que a ameaça do desconhecido, presente do lado de fora das instalações, se revela preferível ao horror que está entre eles. Leia mais