AutorLuiz Gustavo Vilela

Star Wars – A Trilogia Clássica

Star Wars - A Trilogia Clássica

Em uma de suas colunas para a Folha de S. Paulo, Michel Laub fez uma bela reflexão sobre o que é um clássico. Para ele, dentro da lógica da cultura pop, clássica é a obra que resiste aos repetidos testes do tempo. Em nossa modernidade é bem difícil pensar em um evento cinematográfico que tenha sobrevivido a mais testes e que ainda siga dominante, sendo referenciado por uma série de outros filmes – toda obra de Kevin Smith e episódios especiais de Uma Família da Pesada, entre outros tantos. Os três primeiros Star Wars, em maior medida, e os três seguintes, em menor, são importantes – isso é um fato. Mas por quê? Leia mais

Jessica Jones – Primeira Temporada

Jessica Jones

Demolidor levou o Universo Marvel ao rés do chão. É um duro comentário sobre o significado de viver espremido por interesses de mercado que buscam se aproveitar de um desastre para lucrar. Ao mesmo tempo, e com efeito bem menor, Agente Carter foi a primeira vez que a Marvel se preocupou em colocar uma mulher no centro da trama, trabalhando o discurso de igualdade, com a protagonista tendo que se provar melhor do que os homens em um mundo estupidamente machista. Jessica Jones, mais novo resultado da parceria da Casa das Ideias com a Netflix, vai ainda mais adiante nesses dois aspectos, se tornando um marco do audiovisual comercial. Leia mais

Quando Estou com Marnie

Quando Estou com Marnie

É praticamente impossível ter 12 anos e se sentir perfeitamente ajustado ao mundo. A mídia te convence que todo o seu dia a dia está errado de acordo com um padrão que não existe, reforçado em programas de TV, revistas e sites sobre estilo de vida. Seus pais te tratam como criança e te cobram atitudes de adulto. Seu corpo deixa de responder como você estava acostumado. Não há lugar no mundo que te caiba, em que você se sinta em casa. Anna, a protagonista de Quando Estou Com Marnie (Omoide no Mânî, 2015) é a encarnação viva de todo esse desajuste. Leia mais

Mistress America

Mistress America

Com Enquanto Somos Jovens (While We’re Young, 2014) Noah Baumbach fez as pazes com sua própria geração, os novos quarentões que perderam o domínio cultural com a chegada dos hipsters. É uma evolução natural de O Solteirão (Greenberg, 2010) e sua visão mais amarga e irônica das pessoas dessa faixa etária, especialmente os que não aceitavam que estavam ficando velhos. Mistress America (2015) faz mais ou menos o mesmo com a questão feminina em foco, desenvolvendo-se à partir de Frances Ha (2013). Ambos são, afinal, fruto da parceria de Baumbach com Greta Gerwig. Leia mais

Kumiko, a Caçadora de Tesouros

Kumiko, a Caçadora de Tesouros

A primeira coisa que vemos em Kumiko, a Caçadora de Tesouros (Kumiko, the Treasure Hunter, 2014) é uma imagem da abertura de Fargo (1996). As palavras do letreiro — brancas no fundo preto, distorcidas e fantasmagóricas pelo VHS — dizem que o filme é baseado em fatos reais. Informação suficiente para que Kumiko (Rinko Kikuchi) se convença de que em algum lugar próximo a Fargo, a cidade de Minnesota onde a trama do clássico dos irmãos Coen se passa, está a maleta de dinheiro enterrada na neve por Carl Showalter, o personagem de Steve Buscemi no fim da história. Leia mais

Bata Antes de Entrar

Bata Antes de Entrar

Uma matéria do Blog do Guia da Folha de S. Paulo informou que muitas pessoas deixaram as salas de cinema no meio de uma sessão de Bata Antes de Entrar (Knock Knock, 2015), filme estrelado por Keanu Reeves e dirigido por Eli Roth. Esta é uma informação curiosa, considerando a alta tolerância do público brasileiro para cinema considerado de baixa qualidade. Ninguém abandona uma sessão de Transformers ou de De Pernas Para o Ar. A última notícia de abandono de sessão envolveu Praia do Futuro e uma cena de sexo gay com Wagner Moura, ícone de masculinidade por conta de seu Capitão Nascimento nos dois Tropa de Elite. Leia mais

O Clã

O Clã

Arquímedes Puccio (Guillermo Francella) é um pai atencioso, preocupado com o dia a dia dos três filhos homens e as duas filhas mulheres. Acompanha a lição de casa da mais nova com atenção e se preocupa com as decisões tomadas pelos outros. Massageia os ombros da esposa enquanto ela prepara o jantar, demonstrando que também é um marido zeloso. Ele é o velhinho que você sempre vê varrendo a esquina de sua loja, com os cabelos impecavelmente brancos e um jeito meio mau humorado. Arquímedes Puccio, figura central em O Clã (El Clan), é, também, o mal encarnado. Leia mais

“007 contra Spectre” coloca “Era Craig” em perspectiva

“007 contra Spectre” coloca “Era Craig” em perspectiva

“007 contra Spectre” começa com um plano-sequência, uma cena que só terá um corte depois de um longo tempo, no Dia dos Mortos, na Cidade do México. O recurso serve para criar um clima de tensão crescente, já que o corte serve como uma espécie de alívio para quem assiste, o que é apropriado para um filme de espionagem. Mas não dá para começar um filme, ainda mais um thriller, ainda mais no México, com um plano-sequência sem evocar “A Marca da Maldade”, clássico de Orson Welles. É dali que James Bond (Daniel Craig) sairá com sua primeira pista envolvendo a sinistra organização Spectre, que é responsável pelas grandes movimentações dos últimos tempos. Aí está, afinal, a marca da maldade. Leia mais

“007 – Operação Skyfall” marca os 50 anos de Bond no cinema

“007 – Operação Skyfall” marca os 50 anos de Bond no cinema

Quando foi lançado, dez anos atrás, o vigésimo 007, ainda com Peirce Brosnan, a ideia dos produtores foi rechear o filme com diversas referências à própria série. Agora, quando a franquia comemora 50 anos, o lançamento de “007 – Operação Skyfall”, o 23.° Bond oficial, aparece no mesmo espírito, revisitando a história, tanto tematicamente quanto “espiritualmente”. Mas este é um filme da era de Daniel Craig, mais séria e mais adulta, o que quer dizer que as homenagens têm um fundo mais simbólico e com consequências mais profundas que simplesmente repetir a saída do mar de Ursula Andress em “007 – Contra o Satânico Dr. No”. Leia mais

Daniel Craig e o Bond possível

Daniel Craig e o Bond possível

Depois de quatro filmes discutindo o lugar de James Bond no mundo contemporâneo, chegou a vez de mudar tudo. Afinal, o Bond de Pierce Brosnan não fazia sentido em uma sociedade que tinha visto tanto a queda das Torres Gêmeas (e toda a paranoia ocidental decorrente) quanto a “Trilogia Bourne”, que mudou tudo em relação ao cinema de espionagem. Foram quatro anos entre “007 – Um Novo Dia Para Morrer” e “007 – Cassino Royale”, o tempo necessário para compreender essas mudanças.

Leia mais