A cena inicial de Batman vs Superman: A Origem da Justiça (Batman v Superman: Dawn of Justice, 2016) procura redimir a principal ressalva dos críticos sobre O Homem de Aço (Man of Steel, 2013). Depois de um preâmbulo com a dupla função de recontar a origem e estabelecer o estado mental de Bruce Wayne (Ben Affleck), o vemos chegando em Metropolis para testemunhar a destruição causada pela luta entre Superman e General Zod (Henry Cavill e Michael Shannon). O poder destrutivo dos kriptonianos e o horror de uma batalha tão violenta, aliado ao estado paranoico e psicótico do Homem-Morcego, criam a raiz do conflito central do filme. Se o poder corrompe, Batman pensa, o poder absoluto corrompe absolutamente. Leia mais
Tag - Ben Affleck
A épica abertura de Anna Karenina, clássico de Tolstoi, se aplica muito bem à Garota Exemplar: “Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes o são cada uma à sua maneira”. Abro esse texto com essa frase porque os Dunne, que estão no centro da trama do filme, são infelizes de um jeito particularmente único. O resultado é um thriller que da mesma forma encontra poucos pares na história do cinema. Especialmente o contemporâneo.
Por trás de todos os giros de câmera e edição estilosa, por trás de todos os diálogos espertinhos, disparados com velocidade e elegância, por trás de toda a superfície que é “Aposta Máxima”, o que existe é a cruzada humana rumo à corrupção e a tentativa de libertação. Essa degeneração da alma, postula o filme, é trazida por uma série de verdades convenientes que contamos a nós mesmos para justificar a vida fácil. Não há crime se são as vítimas quem dão o nó na corda, a põe no pescoço e ainda por cima pulam do cadafalso por si mesmas.
É um filme do Terrence Malick, afinal. Isso implica em algumas certezas. A primeira é que há algo a ser dito. Uma tese, que será exposta e defendida enquanto assistimos. A segunda, e talvez mais importante, é que não vai ser fácil extrair isso do filme enquanto acompanhamos diálogos interiores em off e os personagens andando a esmo pelos ambientes. Leia mais
Com “Argo”, Ben Affleck deixa de ser um dos diretores mais promissores trabalhando em Hollywood, para se tornar um dos melhores diretores trabalhando em Hollywood. Sua trajetória por trás das câmeras sempre foi uma possibilidade, desde que estourou coescrevendo, junto de Matt Damon, o roteiro de “Gênio Indomável”, e ganhando um Oscar por isso. Ali ele já demonstrava boa mão para a narrativa, mas resolveu focar em sua carreira como ator. Felizmente, mudou de ideia alguns anos atrás, fazendo o bom “Medo da Verdade” e o ótimo “Atração Perigosa”. Mas “Argo”, seu terceiro filme, está em outro patamar. Leia mais