Francis Ford Coppola resolveu brincar de metalinguagem e o resultado é “Twixt” – batizado no Brasil como “Virgínia”. E quando alguém como Coppola abraça a metalinguagem, é preciso ter olhos e ouvidos atentos, porque coisas bastante sérias e importantes sobre a arte de contar uma história irão aparecer.
Arquivodezembro 2013
Se não fosse o mesmo Paulo Cursino o envolvido em “Até que a Sorte nos Separe 2″, daria para dizer que o roteirista desta continuação não viu o original, do ano passado. Só isso justifica o fato de que o personagem central comete exatamente os mesmos erros, não tendo aprendido nem mesmo uma única lição. E isso traz um problema gigantesco, já que transforma Tino, personagem vivido por Leandro Hassum, de um adorável bobalhão em um completo idiota, anulando quase completamente seu carisma. Leia mais
Vivemos a era da insatisfação. Crescemos convictos de que merecemos mais, somos especiais, destinados a grandes feitos e realizações. E tanto o cinema hollywoodiano quanto nossas mães são igualmente culpados nisso. Mas a maioria de nós acaba em empregos mundanos, levando vidas ordinárias. É simplesmente impossível que todos sejamos astronautas, pilotos de corrida ou fotógrafos da “National Geografic”.
No que deve ser a cena mais emblemática de “Questão de Tempo” Tim, personagem de Domhnall Gleeson – aqui como uma espécie de versão britânica e ruiva de Jay Baruchel -, tem a chance de `cometer um erro`. Mas veja, pela história do filme (já explico melhor), esse erro poderia ser cometido sem maiores consequências, de forma que apenas ele saberia. Ninguém mais. Mas ele opta por não cometer o erro porque fazer essa escolha apenas uma vez seria suficiente para que ele não conseguisse mais viver consigo mesmo. Leia mais
Não deve ser um exagero dizer que todo mundo conhece “Chaves”, o seriado infanto-juvenil mexicano que o SBT encaixa sistematicamente em sua grade de programação. Pois bem. Imagine que em “Chaves” não é o menino de rua simpático, meio abobalhado e carismático que é o personagem central. Imagine que ele é trocado por Quico, menino rico, mimado, irritante e metido. Imagine esse personagem como protagonista. Visualizou? Pois nem precisa, porque é exatamente isso o que “Minhocas” faz. Leia mais
É corajosa a intenção de “Ender`s Game – O Jogo do Exterminador” de se basear inteiramente em uma contradição em termos. No universo do filme, a Terra foi atacada, 50 anos atrás, pelos Formics, uma raça de formigas gigantes intergaláctica que estava atrás de planetas para transformar em colônia. Com sorte, conseguimos vencer. Mas a metade de século seguinte é marcada pela paranoia e preparação para uma nova guerra. Leia mais
Se “O Hobbit – Uma Jornada Inesperada” é um grande preâmbulo, com todo o tempo do mundo para apresentar os personagens e estabelecer a trama, “A Desolação de Smaug” é um caminho direto e vertiginoso para o clímax – e isso também quer dizer que o filme vai acabar no momento exato em que esse clímax estiver para começar. É aqui, também, que as ligações com “O Senhor dos Anéis” vão se aprofundando mais, tanto na temática mais sombria, quanto nas liberdades que Peter Jackson toma para ligar as duas histórias, transformando “O Hobbit” em uma trama sensivelmente mais soturna do que J.R.R. Tolkien havia previsto originalmente. Leia mais
Em princípio não há nada de errado em se refilmar um clássico de Brian de Palma, ele próprio responsável por atualizar “Scarface”. O problema é quando essa refilmagem apresenta quase nada de diferente em relação ao original. Seja em relação aos personagens, seja em relação aos significados em potencial. Esse é o casso deste novo “Carrie – A Estranha”, para qual o original nada deve. Leia mais
Hollywood tem demonstrado que, em geral, não sabe o que fazer com seus grandes astros quando eles envelhecem. A solução tem sido colocá-los juntos em filmes que celebram seu passado mais glorioso. O resultado, como todo filão, é variável. “A Última Viagem a Vegas” responde pelos pontos mais baixos na curva de qualidade e diversão. As vítimas da vez são Robert De Niro, Michael Douglas, Kevin Kline e Morgan Freeman. O primeiro e o último dessa lista já vêm, inclusive, mergulhando nesse sub-sub-gênero já tem algum tempo. Leia mais